terça-feira, 28 de junho de 2011

Morrendo de calor, fome, felicidade & alegria...

Você já prestou atenção à mania que as pessoas têm de dizer "Estou morrendo de..." alguma coisa? Isso pode se aplicar a qualquer situação. Nunca tinha imaginado o quão universal é uma expressão que, apesar de carregada de intensidade muito maior que o momento em si, foi abrandada pelo uso incessante do cotidiano. Você pode estar morrendo de fome, mas pode estar morrendo de dar risada também...o que não seria lá das piores coisas, se o modo como a gente vai embora fosse escolha própria, não é? Afinal, rapida ou lentamente, todos nós, gostemos ou não, estamos morrendo de alguma coisa.

domingo, 26 de junho de 2011

Sobre Insônia & Abraçar O Mundo. (Ou: Pretensão não é poder)

1:59 da 'manhã'. Entre aspas porque manhã é um conceito completamente relativo enquanto ainda está totalmente escuro lá fora.

Eu deveria ter ido dormir há pelo menos duas horas, mas não consegui. Já usei todos os artificios habituais pra cair no sono(assistir alguma coisa bem parada, ler um livro arrastado, tentar tirar uma música difícil). Nada funcionou. Preciso fazer com que meus olhos pesem mas aparentemente acompanhar os minutos passando no relógio num fim de domingo(de longe, o PIOR dia da semana!) parece ser mais estimulante do que café.

Onde tá essa disposição toda quando eu preciso acordar pra trabalhar, ir ao banco, lavar a louça, correr atrás do que interessa nessa vida? Não sei. Só sei que, quando a alma tá perturbada, parece que o relógio biológico com que fui presenteado resolve funcionar do avesso. Excelente! (Warning: Irony included)

Boa parte dessa minha inquietação vem do fato de querer todas as coisas. O maior calvário da aspiração por conhecimento vem pra quem tem a vocação de querer saber tudo desse mundo. Não raro as pessoas gostam de impor o discurso de que você não vai conseguir fazer(independente do que você se propõe), mas como se desvencilhar da sede de tudo se ela é inerente ao seu próprio ser? Talvez o dia em que eu souber a resposta para isso, comece a resolver os meus problemas já que no meu caso específico, as pessoas estão certas, pois ninguém conseguiu dominar todo conhecimento(ou pelo menos quase ninguém, né Sr Da Vinci?). Por enquanto, não ligue se eu parecer cansado ou triste e até desinteressado ao falar com você. É que absorver tudo, sem filtro, é extremamente frustrante e cansativo. Além, é claro, da porcaria dessa maldita insônia que não me ajuda em nada..

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Como fazer...

...quando o mundo tá todo cinza e a tendência é só piorar?

Fundo do poço pode até ser, mas com a parede cheia de limo aí já é sacanagem.

O homem do terno verde.

Ontem vi um cara de terno verde. Verde.  Não era um terno bege, marrom ou outra dessas cores bregas low profile, discretas. Era verde. Tom pastel, que poderia até chamar a alguma sobriedade, não fosse o contraste com a camisa social laranja feito um mamão!

Não obstante sua figura esquálida, carregava a tiracolo uma pasta 007 preta. Quem, em pleno 2011, usa uma maleta 007??

Engraçado, não era um desses caras excêntricos, do tipo "moicano, all star, tatuagen na lateral da cabeça e terno". Ostentava cabelo curto, uma prosaica barba rente e óculos quadrados, sem armação, que é pra passar mais desapercebido nesse mundo. Fosse uma roupa larga no lugar do terno, poderia chutar que era um integrante do Los Hermanos.

Seria o terno verde protesto velado de alguém cansado de sempre sucumbir à opinião dos outros?

"Corta o cabelo curto."

"Se ajeita menino."

"Não canta que é feio."

"Pára de desenhar."

"Vai fazer faculdade de Direito."

Pode ser tudo isso. Ou pode ser que apenas cruzei com uma pessoa que tava com o guarda roupa vazio e, se deparando com a falta de opções, vestiu a primeira coisa que viu pela frente.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Escárnio, Sarcasmo & Ironia.

Nem todas as coisas que te dizem são realmente o que as pessoas pensam. A essa altura da vida, você já deve estar ciente disso ou precisa de um manual do tipo "Como lidar com a existência?". Mas, e quando a entonação com que o interlocutor joga determinado pensamento numa esfera de conversas é ambígüa(às vezes propositadamente) o suficiente para deixar dúvidas quanto ao emprego de um dos recursos citados no título?

Essa é uma daquelas situações sociais onde você só pensa em fugir, se esconder, enfiar a cara num buraco, desaparecer feito um ninja numa bola de fumaça, sei lá. E agora?


Você lembra de que não entender uma ironia pode encurralar seu perfil no hall dos idiotas da classificação que o cérebro de cada um faz. Pessoas fazem julgamento de valor. O tempo todo. Quem diz que não está mentindo. Todos estão à mesa esperando uma resposta que dê aval ao grupo para continuar a conversa mas você não tem nenhuma réplica pronta. Caso o sarcasmo tenha sido só uma impressão(ó Deus, o horror!) você pode passar por um babaca que fica fazendo piadinhas em momentos impróprios. Se foi pra valer, sua reação pode te fazer parecer um idiota na frente de todos e ainda constranger quem falou por tabela.

E agora, como proceder?

a) Responder de modo a não sofrer sozinho. Miséria ama compania.

b) Entender a ironia com a confiança de ser superior presente (como você sempre soube que era), mesmo sem a certeza de que está apenas comentendo uma grande gafe.

ou a minha preferida

c) Sair pela tangente com uma resposta mais ambígua que a primeira,  elaborada enquanto você se esquiva da situação com trivialidades.

Essa é a oportunidade perfeita para se usar o escárnio velado, que possibilita a todos os inteligentes ao redor uma resposta convincente sem a necessidade de aspereza ou rudez.